sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Confrontos no Egito

Nesta sexta-feira, no entanto, Fernando sofreu a repressão que o governo tem imposto aos atos e à mídia. Enquanto registrava imagens de mais uma passeata da sacado o apartamento, foi interrogado por militares, que revistaram o local e confiscaram seus livros sobre direitos humanos.
"Eles me impediram na hora de continuar tirando fotos e revistaram o apartamento todo. Chegaram a confiscar meu laptop e a máquina por algum tempo, mas não foram violentos. Me levaram a um militar de um posto mais alto, que falava inglês e foi muito educado. Estavam meio alterados por eu ser turista e estar fotografando o Exército. Me perguntaram porque eu tinha os livros e não deram nenhuma informação de porque iam confiscar', conta.
Sozinho no apartamento desde que todos os companheiros estrangeiros – americanos e europeus - ouviram os apelos dos seus governos e deixaram o país, o brasileiro conta que os protestos transcorriam pacificamente até a última quarta, quando manifestantes pró-Mubarak saíram às ruas.
"O dia 1º foi o melhor dia da passeata dos manifestantes pró-democracia. Tinha muita gente e estava muito pacífica. A polícia não fez falta nenhuma. O tempo todo você via cristãos fazendo cordões para os muçulmanos rezarem, voluntários organizando a entrada e saída da praça, recolhendo lixo", conta Fernando, que registrou imagens da praça Tahrir.
Após os confrontos entre os dois grupos, no dia seguinte, já não é possível transitar tranquilamente pelas ruas após o toque de recolher, conta o brasileiro. "A quatro quadras, eu não tenho uma vista direta da praça, mas o som do que está acontecendo é muito claro. Nos dias de confronto, o som de disparos de armas era quase que contínuo. Tinha também uma segurança com helicóptero que sobrevoava [a praça] 24 horas por dia. No dia seguinte, tinha cápsulas por tudo quanto é lugar."
Segurança:
No bairro de Maad, a 13 quilômetros da praça Tahrir, a paulista Amélia de Lima Naguib, 66 anos, disse estar se sentindo segura na capital egípcia. "Aqui é tranqüilo, saio de manhã para comprar coisas no supermercado, nem parece que estamos nessa guerra", diz a brasileira, há 28 anos no país.

Fonte: Portal G1 - 04/02/2011

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